CBN Madrugada

A falta de uma grande marca, como foi o Bolsa Família e o Prouni nos mandatos anteriores, é um dos principais motivos da queda da aprovação ao governo Lula, avalia o cientista político Emanuel Freitas. O professor da Universidade Estadual do Ceará afirma que eventos como o desta quinta-feira, com o slogan “Brasil dando a volta por cima”, têm efeito limitado, pois, segundo ele, não adianta comunicar se não houver o que deve ser comunicado.

O tarifaço imposto por Donald Trump é absolutamente ilegal em relação aos acordos fechados na OMC, mas não há muito que possa ser feito, hoje, no âmbito da organização, afirma Paulo Ferracioli. Segundo o professor da FGV, ao não indicar membros para o sistema de solução de controvérsias, o governo dos Estados Unidos paralisou a entidade.

A tarifa cobrada pelo Brasil sobre o etanol americano é o item de maior desconforto para Donald Trump no comércio entre os dois países, afirma Gilberto Braga. Para o economista, o que os Estados Unidos chamam de “tarifas recíprocas” é, na verdade, uma guerra fiscal internacional.

Nenhum de nós está preparado como deveria para lidar com o cyberbullying nas escolas, admite a diretora-executiva do Instituto Reúna, Katia Smole. A professora diz, no entanto, que escolas, educadores e famílias estão buscando formas de combater o problema. Para Katia, a proibição de celulares no ambiente escolar é um passo importante.

O pedido de arquivamento da investigação contra Jair Bolsonaro sobre fraude em cartão de vacinação é uma estratégia da Procuradoria Geral da República para evitar dispersão, avalia a cientista política Marjorie Marona. Para a professora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, a PGR vai centrar os esforços, agora, no inquérito da tentativa de golpe.

A Procuradoria Geral da República tem uma tarefa complexa no julgamento, no STF, da tentativa de golpe, na busca por provas que corroborem os indícios de autoria, afirma Vera Chemin. A especialista em Direito Constitucional lembra que a tentativa já configura crime, mas ressalta que a não consumação do resultado pretendido é um fator complicador.

A naturalidade com que o mercado tem reagido às investigações da tentativa de golpe indica que as apreensões na área econômica, hoje, estão mais relacionadas à desconfiança com o equilíbrio fiscal e à imprevisibilidade de Donald Trump do que ao ambiente político, avalia Gilberto Braga. O economista ressalta, também, que o julgamento no STF mostra que as instituições do país estão funcionando, o que é positivo para atração de investimentos.

O julgamento que começa, hoje, no STF não vai definir se Jair Bolsonaro cometeu crime, mas, apenas, se a acusação da PGR preenche todos os requisitos necessários para abertura de ação penal, afirma Maíra Fernandes. A professora da FGV Direito cita, por exemplo, a descrição do fato criminoso e a individualização de condutas.

Os parlamentares não têm o menor interesse em cortar a parte do Orçamento que os beneficia, afirma o cientista político Paulo Niccoli Ramirez. Para o professor da ESPM, o presidente Lula faz vista grossa para o aumento do valor das emendas porque o dinheiro serve como moeda de troca para aprovação de assuntos de interesse do governo.

O Banco Central mostrou uma postura menos contracionista ao indicar que as duas próximas altas da Selic serão de menor magnitude, avalia Bruno Cotrim. O economista acredita que, se houver um arrefecimento da inflação, em maio a taxa de juros deve cair meio ponto e, na reunião de junho, 0,25 ponto percentual.

Os congressistas terão de cortar da própria carne ao votar o projeto que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil, mas eleva a tributação de quem ganha mais de R$ 50 mil, afirma Gilberto Braga. Para o economista, o trecho que deve provocar mais polêmica é o que retoma a tributação de dividendos para empresários e grandes investidores.

A prudência indica que o contribuinte baixe o programa da declaração do Imposto de Renda, apesar da possibilidade, este ano, de preencher o documento on-line, sugere Jorge Ferreira dos Santos. O professor de Finanças da ESPM admite que a Receita faz testes do sistema, mas lembra que, principalmente no período final, a possibilidade de problemas no preenchimento por excesso de tráfego não pode ser descartada.

O Brasil vive uma espécie de ‘parlamentarismo branco’, em que o Congresso Nacional comanda os gastos do governo, avalia o cientista político Leandro Consentino. Para o professor do Insper, as novas regras sobre emendas anunciadas pelos parlamentares não resolvem o principal problema - a falta de transparência sobre o autor da destinação.

O Brasil tem boas condições para barganhar com os Estados Unidos na questão das tarifas de importação, afirma Ricardo Bruno Boff. Segundo o mestre em Relações Internacionais, 15% do aço importado pelos norte-americanos sai do Brasil, o que torna a busca por novos fornecedores uma tarefa difícil para Washington. Ricardo lembra, ainda, que o Brasil pode agir por reciprocidade, taxando, por exemplo, o carvão siderúrgico, cuja importação pelos Estados Unidos soma US$ 1,4 bilhão por ano.

A redução das tarifas de importação de produtos como carne, café e milho terá pouco impacto no controle da inflação, avalia Gilberto Braga. Para o economista, melhor seria se o governo baixasse a carga tributária para o produtor nacional.

O presidente Lula não levou em consideração a necessidade de promover governabilidade ao escolher Gleisi Hoffmann para as Relações Institucionais, afirma o cientista político Bruno Bolognesi. O professor da Universidade do Paraná cita o histórico de conflitos da petista com Fernando Haddad e a demanda do Centrão por mais espaço no governo.

Ameaça, xingamento e controle exacerbado já são exemplos de violência que tendem a escalar, alerta Ana Addobbati. Segundo a fundadora da organização Livre de Assédio, não se deve tratar essas situações como algo normal entre marido e mulher. Ana acrescenta que, de acordo com o Instituto Maria da Penha, a cada 20 segundos uma mulher é estrangulada ou espancada no Brasil.

O Brasil não deve figurar entre os países que mais sofrerão com o aumento de tarifas de importação pelos Estados Unidos, afirma Leonardo Trevisan. O professor de Relações Internacionais da ESPM lembra que, entre 2009 e 2024, os americanos acumularam um superávit de US$ 90 bilhões na relação comercial com o Brasil.

O Brasil, na presidência do Brics, deve tentar mitigar qualquer movimento de China e Rússia para utilizar o bloco para antagonizar com os Estados Unidos, afirma Leonardo Paz. Segundo o pesquisador do Núcleo de Prospecção e Inteligência Internacional da FGV, alinhamentos ideológicos não fazem parte da tradição da política externa brasileira, para que o país possa negociar com todos.

A MP que libera o FGTS para quem optou pelo saque-aniversário corrige um erro do passado, mas pressiona o consumo e favorece o aumento de preços, alerta Gilberto Braga. Segundo o economista, a medida contraria a política do Banco Central e dificulta a queda dos juros.